No momento em que milhões de meninas e meninos voltam às aulas em todo o País, o UNICEF faz um alerta: 69% das crianças do 2º ano do Ensino Fundamental da rede pública de Roraima não está alfabetizada, segundo os últimos dados disponíveis.
No Brasil, são 56,4%. A alfabetização, etapa fundamental da trajetória escolar de crianças e adolescentes, precisa ser prioridade em todos os municípios brasileiros. É urgente implementar o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, investindo em práticas pedagógicas eficazes, voltadas tanto às crianças em idade de alfabetização, quanto àquelas que não aprenderam na pandemia e ficaram para trás.
Dados do SAEB 2021, os últimos disponíveis no País, revelam que 69% das crianças do 2º ano do Ensino Fundamental da rede pública de Roraima não foram alfabetizadas na faixa etária esperada (mais sobre a avaliação ao final deste release). Elas se somam a outros milhares de meninas e meninos no Brasil que estão na escola, sem saber ler e escrever.
O cenário nacional, que já preocupava antes da pandemia de covid-19, se agravou ao longo dela – saltando de 39,7% de crianças não alfabetizadas no 2º ano do Ensino Fundamental na rede pública no Brasil em 2019 para 56,4% em 2021 –, levando a uma crise urgente, que precisa ser enfrentada em cada município brasileiro, com apoio de todos os Estados e do Governo Federal.
“Ciclos de alfabetização incompletos impactam sobremaneira a trajetória escolar de crianças e adolescentes, acarretando reprovações e abandono escolar. Sem saber ler e escrever, a criança não consegue aprender, acompanhar as atividades escolares e seguir em frente”, explica Mônica Dias Pinto, Chefe de Educação do UNICEF no Brasil. “O estudante vai sendo reprovado uma, duas, três vezes, abandona a escola, tenta retornar, e vai ficando em atraso escolar. Sem oportunidades de aprender, ele acaba sendo forçado a deixar definitivamente a escola”, complementa.