O governo federal anunciou a construção do primeiro hospital indígena na cidade de Boa Vista (RR), com o objetivo de apoiar o atendimento ao povo yanomami.
A nova unidade de saúde está sendo planejada como parte das ações emergenciais para lidar com a crise na região.
Dados apresentados pelas autoridades indicam um aumento nos diagnósticos de doenças entre os indígenas yanomamis em 2023, em comparação com o ano anterior, e um maior mapeamento de saúde.
Em 2023, a região registrou 363 mortes, um aumento em relação aos 343 óbitos de 2022. Esse aumento é atribuído à subnotificação, destacando a necessidade de mecanismos mais eficientes para avaliar a assistência na região.
Com uma população de 31 mil indígenas distribuídos em cerca de 380 comunidades, a presença de garimpeiros na região é apontada como uma das principais causas da disseminação de doenças entre os yanomamis.
O secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Weibe Tapeba, afirmou que o novo hospital será estabelecido como uma unidade de retaguarda para fornecer serviços de atenção especializada de média e alta complexidade.
"Nós acreditamos que com esse hospital de retaguarda nós ajudaremos a distensionar os serviços de saúde no município de Boa Vista e no estado de Roraima.Estaremos ainda implantando um centro de referência em Surucucu", disse Tapeba.
Também está prevista a construção e reforma de 22 unidades básicas de saúde indígena na região.
Além disso, houve um aumento no número de profissionais de saúde na região, passando de 690 para 1.058 em 2023. Foram realizados 140 mil testes em massa para detectar malária, identificando aproximadamente 30 mil casos.
Também foi criado um centro de recuperação nutricional para crianças com desnutrição e adquiridos 4,7 milhões de medicamentos para lidar com a falta de insumos nos hospitais.
Essas ações fazem parte de um esforço conjunto de diversos ministérios, incluindo um crédito extraordinário no valor de R$ 1,2 bilhão anunciado em janeiro.
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, destacou a atuação integrada de 13 ministérios para solucionar a situação dos yanomamis, ressaltando a importância da segurança local com a participação das Forças Armadas, Polícia Federal e Força Nacional.