No mês de fevereiro, o estado de Roraima enfrentou um aumento alarmante no número de queimadas, superando significativamente a média histórica anual.
O índice de queimadas em fevereiro ultrapassou em 547% a média mensal histórica, estabelecendo um recorde para este mês desde o início dos registros por satélite em 1998.
De acordo com o monitoramento por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Roraima terminou fevereiro com 2057 focos de calor, número superior à média histórica anual de queimadas do estado de 2055. O último mês teve mais focos de calor que os anos inteiros de 2020, 2021 e 2022.
Fevereiro de 2024 foi recorde em queimadas desde o começo das medições no estado, superando o pior fevereiro anterior que havia ocorrido em 2007 com 1347 focos de calor. Trata-se do segundo pior mês da série histórica em Roraima, atrás de março de 2019, que teve 2.433 focos de calor.
Roraima tinha nos últimos dias 8 dos 10 municípios do Brasil com o maior número de focos de calor, segundo o Inpe.
A cidade de Mucajaí era a com o maior número de focos, seguida por Caracaraí, Amajari, Rorainópolis, Iracema, Boa Vista, Alto Alegre e Bonfim.
O município de Amajari, localizado a cerca de 150 quilômetros da capital e que faz limite com a Terra Indígena Yanomami, também tem sentido os efeitos das queimadas.
Entre o território yanomami e a capital estão a Floresta Nacional de Roraima e a Estação Ecológica de Maracá.
O estado passa por um período de forte estiagem, agravado pela influência do fenômeno do El Niño.
O fogo chegou à Terra Indígena Yanomami, destruindo casas e roças, informou a Agência Brasil.
Amazônia
A Amazônia registrou o fevereiro com maior número de queimadas deste que se iniciaram as medições por satélites, mostram dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Conforme as medições por satélites, a Amazônia anotou 3158 focos de calor entre os dias 1º e 29 de fevereiro, número muito acima da média histórica de 807. O número ficou muitíssimo acima de fevereiro do ano passado, que terminou com 734 focos de calor na Amazônia.