Contexto econômico, comércio bilateral, parcerias para frear o garimpo ilegal nas regiões fronteiriças e perspectivas de eleições presidenciais na Venezuela no segundo semestre. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discutiu esses temas em reunião na tarde desta sexta-feira, 1º de março, com o presidente venezuelano Nicolás Maduro.
O encontro ocorreu à margem da 8ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas. O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, também participou.
Na conversa de pouco mais de uma hora, Lula e Maduro discutiram questões que envolvem tanto os dois países quanto as nações vizinhas. O presidente venezuelano relatou melhorias na economia de seu país, com queda da inflação e crescimento econômico, e os dois discutiram a dívida da Venezuela com o Brasil, em especial a busca de alternativas para equacionar a questão e ampliar as trocas comerciais bilaterais.
YANOMAMI - Outra questão regional abordada pelos presidentes foi o combate ao garimpo ilegal, especialmente nas terras indígenas Yanomami, que abrangem áreas dos dois países. A transnacionalidade é importante porque os criminosos frequentemente atravessam a fronteira para escapar de forças de policiamento. Desde 2023, o Brasil tem uma ação mais direta no estado de Roraima para levar ações de saúde e ampliar a segurança aos povos indígenas da região.
ELEIÇÕES - Maduro também afirmou ao presidente brasileiro que a Venezuela vai realizar eleições presidenciais no segundo semestre. O líder venezuelano disse ter articulado um amplo acordo com partidos de oposição na Assembleia Nacional de seu país e sustentou que haverá observadores internacionais e auditoria para garantir a lisura do pleito.
ESSEQUIBO - Segundo Lula, assim como ocorreu na véspera, na reunião bilateral com o presidente Irfaan Ali, da Guiana, a questão de Essequibo não foi debatida na bilateral com Maduro. A região é alvo de um contencioso territorial entre Venezuela e Guiana.
O presidente brasileiro já havia expressado na quinta-feira que o tema pode ser debatido posteriormente, em fórum mais apropriado, e que o Brasil sempre estará disponível para contribuir na perspectiva de promoção e manutenção da paz no continente.