Em Roraima, 14 dos 15 municípios estão em situação de emergência por causa da seca que castiga o estado desde outubro do ano passado.
Somente nesta semana, o Governo de Roraima declarou "Situação de Emergência" em mais quatro cidades afetadas pela atual estiagem: Caroebe, Rorainópolis, São João da Baliza e São Luiz.
De acordo com o decreto, o período prolongado com chuvas abaixo da média está causando prejuízos à agricultura e à pecuária; incêndios florestais; e consequentes danos aos animais, à floresta e à população.
O documento autoriza a contratação de pessoal, por prazo determinado, para atendimento à "necessidade temporária e excepcional". Ele também dispensa de licitação a contratação de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de um ano, para atender a situação emergencial.
Há quase um mês, o Governo de Roraima já havia publicado decreto semelhante, também com validade de seis meses, para outros 9 municípios.
Em Boa Vista, o nível do Rio Branco, que corta a capital do Estado, vem perdendo volume há um mês; e estava 33 centímetros negativos na manhã desta quarta-feira (20). Ou seja, está a apenas 26 centímetros de baixar para o recorde histórico negativo, de 2016, segundo dados da Companhia de Água e Esgotos de Roraima.
Na semana passada, a Prefeitura de Boa Vista declarou "Estado de Emergência" por causa da "forte seca e estiagem" decorrente do fenômeno climático El Ñino.
O decreto, publicado no último dia 11, autorizou a contratação de pessoal para atendimento de emergência pelas secretarias municipais para viabilizar o armazenamento de água e a análise dos pontos para escavação de novos poços, dentro da zona rural e das comunidades indígenas.
Por causa dessa situação, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas divulgou nessa terça-feira (19) que vai continuar o apoio às comunidades indígenas que também sofrem com a estiagem. Iniciadas no ano passado, essas ações de etnodesenvolvimento atenderam cerca de 60 mil indígenas de pelo menos 9 povos, distribuídos em mais de 360 comunidades.
As iniciativas envolvem apoio técnico à agricultura familiar, a partir dos modos tradicionais, e entrega de materiais. Devido à forte estiagem em Roraima, as comunidades indígenas têm necessitado de materiais, como caixas d’água, cano e arame, para evitar que os animais invadam e estraguem as roças, à procura de alimento.
E a situação não é apenas em Roraima. Para se ter ideia, desde segunda-feira (18), o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional já reconheceu situação de emergência em mais 12 cidades. Todas no nordeste e foram afetadas pela seca e pela estiagem.