O presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), ocupou a tribuna nesta terça-feira para esclarecer os motivos de seu rompimento político com o governador do estado, Antonio Denarium (Progressistas). Durante o discurso, Sampaio enfatizou a importância de diferenciar suas funções como deputado e presidente do Legislativo e garantiu que as relações institucionais seriam mantidas pelo bem da população roraimense.

"Quero tranquilizar a sociedade roraimense de que tudo que for de interesse público não encontrará restrições nesta Casa. No entanto, quanto ao posicionamento político, sempre me envolvo completamente nas causas em que acredito", afirmou Sampaio.

O deputado relembrou sua aliança com o governador Denarium durante o primeiro mandato e o apoio que a Assembleia proporcionou, especialmente após a cassação do ex-presidente da Assembleia, Jalser Renier. Sampaio destacou que as leis importantes foram aprovadas e que tudo necessário foi feito para o desenvolvimento de Roraima.

No entanto, Sampaio expressou sua preocupação com o que considerou uma atitude desesperada para vencer as eleições a qualquer custo, que segundo ele, trouxe problemas ao estado e está sob escrutínio da Justiça Eleitoral. Após a reeleição, ele observou uma mudança no comportamento do governador, que teria parado de ouvir os anseios da sociedade e da própria Assembleia.

"Sentimos que o governador queria centralizar o poder, algo com o qual nunca concordamos", disse Sampaio, ressaltando que a postura do governador de se apropriar do mérito construído pela base governista foi um dos fatores que contribuíram para seu desconforto com a atual gestão.

Outro ponto grave citado pelo deputado foi a suposta espionagem contra parlamentares estaduais. Ele cobrou um posicionamento claro do governador e afirmou que, caso não haja uma resposta satisfatória, a Assembleia tomará as medidas necessárias para preservar sua autonomia.

Soldado Sampaio também reafirmou seu rompimento com o governador Denarium e disse que não há chance de reconciliação. Ele mencionou que estará decidindo os próximos passos políticos em conjunto com seu grupo e que estará aberto ao diálogo com outros grupos políticos.