Nesta segunda-feira (17), a ministra Nísia Trindade veio até Boa Vista (RR) onde anunciou a construção de uma policlínica e a retomada da obra do Plano de Expansão da Radioterapia no SUS, conhecido como PER/SUS, no Hospital Geral de Roraima. Com isso, cerca de R$ 45 milhões serão investidos na saúde pública do município roraimense. O anúncio foi feito durante viagem da ministra ao estado, onde também visitou a Casa de Saúde Indígena Yanomami.
“Estamos dando sequência aos investimentos proporcionados pelo Novo PAC. E, aqui no estado, uma das demandas foi a policlínica. Hoje, assinamos a ordem de serviço para o início dessa obra. A policlínica, por sinal, será muito importante no âmbito do programa Mais Acesso a Especialistas, atendendo ao povo de Roraima”, destacou Nísia.
Do investimento total, R$ 30 milhões vão possibilitar a construção da policlínica, sendo R$ 17 milhões para a obra e R$ 13 milhões para aquisição de equipamentos. Os outros R$ 15 milhões vão permitir realizar radioterapia no Hospital Geral de Roraima, unidade que não possui o serviço atualmente para tratamento do câncer. Isso será possível com a aquisição de um acelerador linear, equipamento de alta tecnologia, por parte do Ministério da Saúde e envio ao estado. Nessa modalidade, o HGR estima atender, inicialmente, 30 pacientes por dia. Pelo menos 490 mil habitantes da região terão acesso ao serviço.
“Em nossos trabalhos no PER/SUS, pudemos acompanhar a situação de pessoas que têm de percorrer mais de 200 km para realizar o tratamento, por não ter o equipamento na região onde mora. Dessa forma, é gratificante poder entregar este que será o primeiro acelerador linear aqui em Roraima”, salientou a ministra.
O estado de Roraima tem 16 obras selecionadas no Novo PAC, somando R$ 160 milhões em investimento. A policlínica e a retomada do PER/SUS são algumas das obras contempladas. No total, o governo federal, na gestão do presidente Lula, está investindo R$ 30,5 bilhões na saúde por meio do Novo PAC, sendo R$ 11,6 bilhões na etapa atual de formalização. A maior parcela dos recursos está voltada ao enfrentamento de gargalos históricos na atenção primária e especializada, como o aumento de Unidades Básicas de Saúde, maternidades, policlínicas e Centros de Atenção Psicossocial.
Outros avanços em saúde
O Ministério da Saúde retomou, no início de 2023, as políticas públicas de saúde indígena e o cuidado com essa população após desassistência e abandono nos últimos anos. Nesta segunda-feira, Nísia Trindade visitou a Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami e reforçou que o governo segue vigilante à saúde do povo yanomami. “Vi progressos por lá e isso me deixou satisfeita. Vamos seguir trabalhando para garantir a saúde deles na linha do que preconiza o SUS e em um trabalho conjunto de governo”, pontuou.
Ano passado, 30 polos-base, que são territórios indígenas, foram reabertos no país, número que já chega a 37 em 2024, reduzindo o vazio assistencial encontrado no início da gestão. A maioria estava fechada por ação criminosa de garimpeiros. A vacinação de rotina entre os indígenas também avançou: houve ampliação de aproximadamente 10% nos cinco primeiros meses do ano, passando de 35.571 doses aplicadas para 39.188. A Operação Gota registrou 59 mil vacinas aplicadas em 2023, maior número da história.
Nísia Trindade visitou a Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami e reforçou que o governo segue vigilante à saúde do povo yanomami. (Foto: Walterson Rosa/MS)
Para enfrentar a malária, a pasta enviou agentes de controle de endemias, com medicamentos e testes rápidos para realizarem a busca ativa de pacientes. Apenas em 2023, foram realizados mais de 140 mil exames para diagnóstico da malária no território.
Com o Mais Médicos, a quantidade de profissionais de saúde aumentou cinco vezes, passando de 8 em 2022 para 40 em 2024. A mais recente incorporação contou com 12 profissionais no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami e outros nove no DSEI Leste Roraima.
A cobertura da vigilância nutricional saltou de 30% para 50% do público-alvo, crianças menores de 5 anos de idade em acompanhamento. A assistência na região representa maior alcance dos serviços, trazendo para o tratamento e acompanhamento uma parcela significativa da população que estava desassistida. O número de recuperações nutricionais aumentou de 78 para 102, comparando o primeiro quadrimestre de 2023 com o mesmo período de 2024.